Tenho fases assim, em que não me apetece escrever. Continuo a ler os outros blogues, vou comentando de quando em quando, mas chego aqui e não me apetece escrever. Não deixa de ser curioso, já que enquanto estou ocupada com outras tarefas vou pensando em coisas que me apetece partilhar aqui. Mas depois dá-me a preguiça mental. Na verdade, nem sei se é bem preguiça. Acho que é uma característica minha. Há momentos em que para me (re)organizar preciso de silêncio. Estou com muita vontade de prosseguir com novo gás no emagrecimento e para isso preciso de tempo, tempo para pensar, tempo para organizar em mim a melhor forma de conseguir chegar à minha próxima meta. A busca daquele grande desejo, daquela motivação que nos faz centrar de forma férrea num objectivo tem o seu quê de processo solitário. Precisa de tempo, de reorganização mental. É assim que me sinto. Com uma necessidade imensa de repensar e de (re)estabelecer tudo o que preciso de fazer de forma bem prática, tal como fiz no início do processo.
A alimentação voltou aos eixos na maior parte do tempo. Também houve lugar a umas guloseimas pelo meio. Na verdade não sei dizer exactamente quanto estou a pesar porque tenho acordado inchada que nem um balão. Mas a julgar pelos furos do cinto, devo estar muito próxima de recuperar totalmente das asneiras anteriores. ;) Agora é delinear um plano, mentalizar-me muito bem desse plano e não sair dali durante uns bons tempos. Em final de janeiro, o mais tardar em Fevereiro, quero renovar o guarda-roupa e quero fazê-lo com uns bons kilos a menos. ;) Vou-me concentrar nesta ideia.
Feito um balanço não estou totalmente insatisfeita com os últimos 5 ou 6 meses. Mas poderia ter feito muito mais e melhor. O lado positivo foi o ter percebido que as escolhas saudáveis e equilibradas no dia-a-dia não eram assim tão complicadas e já tinham entrado na rotina. O lado negativo acho que foi um certo excesso de confiança que surge quando já nos alimentamos bem no dia-a-dia sem pensar e sem grande esforço. Vai-se baixando a guarda lentamente. E para se continuar a perder peso não se pode baixar a guarda. Temos que estar atentas. Perceber exactamente quando é altura de reduzir um pouco as quantidades do que se come, substituir alimentos ou aumentar a actividade física. Perceber quando estamos preparadas ou não para o fazer. Temos que ter a capacidade de nos transformarmos e (re)criarmos ao longo do processo, de estabelecermos metas e processos ajustados a cada etapa, de reinventarmos motivações e desejos. Aquilo que foi a minha grande âncora inicial já não tem o mesmo lugar hoje. A minha grande questão já não é sair da obesidade. Os pequenos grandes pormenores a que me agarrava a cada dia e que se prendiam em grande parte com o estar a recuperar a amplitude de movimentos e questões similares próprias da obesidade, já não se colocam há tempos. Agora preciso de mais. De ser mais exigente comigo, com a minha forma e capacidade física e de desejar recuperar as formas corporais que deixei para trás um dia. Mas desejar de verdade. Que isto de querer ter um corpo bonito que fique bem em qualquer trapinho todos querem. Fazer por isso são outros quinhentos.