Rumo ao Alvo (Inicio: Março 2008)

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Restrição e vontade de asneirar

Ontem, após ver o raiar do dia, numa noite insuportável de fome, zonzeira e dor de cabeça, borrifei-me. Não havia mais sopa que me satisfizesse. Estava cheia de sopa (maldito dente) e a fome na mesma. Foi o primeiro pacote de bolachas que encontrei. Quis lá saber do trigo! Só ia comer uma bolachinha esmigalhada. Daquelas salgadas, finas e estaladiças (característica que não apreciei). Óptimas! rs Depois de comer 4 ou 5, lá achei que podia ir com manteiga misturada. Lógica desvairada, naquela do já que estou a comer trigo e não posso, então como manteiga também. Perdida por cem perdida por mil. Comi 7 ou 8. Depois vi umas argolinhas cobertas de chocolate. Foram 2 ou 3. Podem estar certas de que se não fosse a consciência clara de que aquilo me ia fazer ficar doente, não tinha parado por ali. Não havia balança que me parasse naquele momento. Ainda fiquei a olhar para aquilo a pensar na estupidez e em como estaria hoje. Mas não me consegui arrepender verdadeiramente. A zonzeira passou, a fome também e, finalmente, adormeci que nem criança. Hoje sinto-me outra e, para além da sede estúpida e de umas manchitas leves no peito, o meu corpo parece ter-me perdoado a asneira (espero rs). Claro que abri um precedente complicado e hoje já me estou a mentalizar de forma muito clara: não posso repetir a brincadeira.

Mas isto também me deixou a pensar. Desde que iniciei esta etapa, em inícios do mês de Março, não me lembro de alguma vez me ter borrifado desta maneira para as intolerâncias. Se a memória não me falha, as asneiras supremas andaram pela metade de fatia de bolo com cobertura ou uns bocados de queijo de vaca. Asneira do ponto de vista da saúde (o bolo era mais calórico), que me stressa bem mais do que umas gramas a mais e tem resultados mais sérios e imediatos. Também não me lembro de me stressar tanto com gente a comer coisas boas ao pé de mim e com o cheiro das paparocas alheias. Até deixei de comer ao mesmo tempo que o gajo da casa, porque me incomodava a pizza ou outra porcaria qualquer que estivesse a comer. Coisa que nunca antes aconteceu. Ao ponto de até as fotos e imagens televisivas de comida me começarem a incomodar alguma coisa. Não me lembro de ter momentos com um ritmo tão acelerado de desejos e disparates a passarem-me pela cabeça. Tudo de mais calórico e desadequado que se possam lembrar, passou por esta cabecinha ao final do dia, hora em que a fome apertava de facto. Quarta-feira entrei no supermercado, morta de fome e meio zonza, para ir buscar espinafres congelados e parei a observar lasanhas, pizzas e porcarias num exercício a roçar o masoquismo. rs Nem vos conto as ideias que por instantes resvelaram por esta mente, mesmo sabendo que mastigar estava fora de questão.

Deixo isto como tema para reflexão. Nas voltas por aí, farto-me de ver alimentações mais para o restritivo. Algumas até seriam adequadas a alguém com meia dúzia de kg a mais, mas passam a ser algo drásticas para quem tem 15 ou 20 a mais e tinha um organismo (incluindo mente) habituado a uma ingestão calórica muitíssimo superior. Depois surgem imensos fins-de-semana e outras ocasiões em que se manda a dieta ou R.A. completamente para o brejo. Asneiras atrás de asneiras. E a pessoa ali, a roer-se com a culpabilidade, por não conseguir manter o regime que impôs a si mesma. Será só falta de força de vontade? Ou será também uma reacção proporcional a uma alimentação que não era a mais adequada àquela etapa?

Bem, adiante. A necessidade aguça o engenho ou as dores e zonzeira deixaram-me burra (já estou MUITO melhor). Não posso comer batata. Acho que nunca disse aqui. Falo sempre em trigo e lacticínios porque são os que me custam mais cortar e que tornam a minha vida fora de casa mais complicada. A lista de alimentos proibidos é maiorzita: batata, milho, cogumelos, etc. Mas posso perfeitamente incluir arroz na sopa e triturar. Como é que não me lembrei disto?? dah... A falta de hidratos de carbono (carboidratos) complexos é que está a dar cabo de mim, a par das poucas proteínas de qualidade ingeridas. Legumes e fruta o tempo quase todo não dá. Arre! É que não se aguenta!

2 comentários:

Tágide disse...

Aiiiiiiiiii mulher que loucura. Até cansa.
Cada vez mais te entendo. Eu agora é o sal, que piora este sindrome que tenho, é terrível, visto que cozinho para mais 3 pessoas cá em casa. Mas tb eu nunca fui muito salgada, mas vão se habituando a salgar no prato, enfim.
Beijufassssss e não asneires muito.

Flávia disse...

Ai Marisa,

Tenho um dó de quem tem essas alergias como tu e a Papoila! É tão comlicado, tens que estar sempre atenta...E mais essa da gengiva! :(
Também eu já passei por essa situação de me incomodar com o que os outros comem e chegava a ficar triste quando via alguém (magro, claro!) abrindo mão de comer um doce ou qualquer outra guloseima, acreditas? Logo pensava: mas COMO QUE ELE PODE COMER E NÃO QUER? rsrsrs. Hoje estou mais light nesse sentido, mas são fases que vem e vão.
Paciência.

Beijos e Bom Fim de Semana