Rumo ao Alvo (Inicio: Março 2008)

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Coisas que nos fazem bem

O gajo cá da casa é uma daquelas pessoas mais para o reservado. Mais para o calado também, o que nos torna logo pessoas completamente diferentes. rs Não obstante, as nossas (grandes) diferenças damo-nos bem. Com problemas como todos o casais, volta e meia com discussões, mas, no geral, temos uma boa relação. Somos amigos, companheiros, apoiamo-nos mutuamente e as zangas costumam durar pouco. Acho que faz parte dos ajustes que se têm que fazer quando começa a ser necessário gerir duas vontades para encontrar uma via comum.

Ele não é aquele tipo de homem que verbalize com facilidade os afectos. Devem-se contar pelos dedos das mãos as vezes em que eu ouvi, em 3 anos e tal de relação, o quanto gosta de mim ou mimos do género. Também nunca senti muito essa falta. Ele sempre foi muito carinhoso. Anda sempre à minha volta com mimalhices, preocupa-se com o meu bem-estar e é um beijoqueiro do pior. É a personalidade dele. Não diz, mas age e mostra os afectos à sua maneira. Não faz sentido esperar qualquer outra coisa porque eu sempre o conheci assim. Já eramos amigos há muito tempo antes de termos uma relação amorosa, portanto foi mais novidade para mim o lado dele mimalhão do que o lado mais reservado. Agora que contextualizei a situação, já é fácil perceber a minha surpresa quando há 2 dias se vira para mim (a propósito da mudança radical na alimentação e dos kilos perdidos) e diz: "estou muito, muito orgulhoso de ti". Oh pá...soube tão bem.

É bom quando as pessoas à nossa volta (principalmente, aquelas mais importantes para nós) reconhecem o nosso esforço e nos incentivam. É estimulante. Mas não devemos fazer o processo depender desse incentivo. Acho que é importante percebermos que se perdemos peso tem que ser, acima de tudo, por e para nós mesmos. Para nos sentirmos bem. Portanto, somos nós que temos que assumir as rédeas da situação.

É preciso ter atenção às desculpas que damos a nós mesmos. Aquela coisa do não vou caminhar porque o não-sei-quantos ou a não-sei-quantas não anda com paciência para me acompanhar e não me apetece ir sozinha. Ou não cuido da minha alimentação porque lá em casa há um monte de alimentos calóricos e mais ninguém tem que ou quer fazer dieta. Não vou emagrecer agora porque ando numa fase com tanta coisa para fazer e não tenho tempo para me cuidar. Etc etc etc. As desculpas são milhentas, mas não passam disso: DESCULPAS. Desculpas para não encararmos a realidade. Para não nos confrontarmos com o mal que andámos a fazer a nós mesmos. Para não assumir a responsabilidade, gerir a culpa e passar adiante.

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