Rumo ao Alvo (Inicio: Março 2008)

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Eu tenho opção

Mesmo fazendo tudo certinho, haverão sempre momentos em que o meu corpo me apronta destas. Mas serão situações pontuais. Portanto, tenho é que me focalizar naquilo que eu posso alterar de verdade: horários das refeições, a minha alimentação e a minha cabeça.

A verdade, é que eu já tinha cabeça de gorda mesmo quando era magra. Já me alimentava mal, já descontava em comida quando me sentia aborrecida, entediada, ansiosa, etc. Nunca aprendi o equilibrio. Ia funcionando a estratégia da compensação e a minha vontade em não me deixar engordar muito. Depois adoeci ( e não me refiro às hipoglicémias, essas já vinham de antes), passei também a uma vida mais sedentária por causa de uma lesão, o peso começou a subir, senti-me profundamente infeliz com um série de outras coisas que aconteceram ao mesmo tempo, desinteressei-me por tudo o que eu podia ter controlado e, mais tarde, abandalhei à séria. Na verdade, tenho que assumir a triste realidade: acabei por me desinteressar de mim mesma. O resultado está na réguinha acima. Até passei a comer coisas que antes raríssimas vezes comia, ao bom estilo de perdida por cem perdida por mil. Coisa mais idiota para se pensar, n é?

Ninguém engorda do ar, certo? O nosso corpo pode dar uma grande ajuda se decide "avariar", mas essa coisa de se engordar muito por doença costuma ser uma bela treta. Daquelas com que as pessoas se enganam a elas mesmas. Já a ouvi de outras pessoas com problemas metabólicos ou outros. A minha opinião é: pode não se conseguir evitar aumentar uns kilos (aqui a batalha pode ser mesmo inglória), mas não quando se fala em aumentos de 30 ou 40 ou 50 ou 60 kg. Isso também depende da nossa vontade, das nossas escolhas alimentares e de sermos ou não sedentários. Depende de nos esforçarmos ou não para contrariar essa tendência que o nosso corpo tem naquela altura. Posso estar enganada. talvez hajam excepções. Afinal não há regra sem excepção. Mas, a verdade é que ainda não conheci ninguém que diga que engordou porque tem problemas de saúde e que se alimente correctamente ou mexa devidamente o rabo da cadeira. No que me respeita, engordei uns kilos inicialmente, mas só comecei a engordar brutalmente no momento em que não quis saber, deixei andar e ainda passei a comer com frequência o que me apetecia e na quantidade que me apetecia.

Agora é preciso reverter o processo. E só conheço uma forma: Mudar a minha maneira de me relacionar com a alimentação e o meu corpo. É esse o meu desafio.

No último post, ofereci-me o momento da lamentação. Mas agora, acabou. De volta à luta e toca de voltar à boa disposição. Não vale a pena lamentar-me pelo que eu não posso alterar. A insulina descompensou, azar. Em pouco tempo, volta ao sitio. O resto só depende de mim e tudo o que depende de mim está nas minhas mãos mudar.

Mudar não é fácil e, como em todos os processos de mudança, emagrecer através da reeducação envolve momentos de dor e angústia. Esses momentos dão-nos a oportunidade de repensar, de restruturar e são essenciais para que possamos crescer. Para mim, R.A. representa isso mesmo: um processo de crescimento. Há momentos de angústia, mas também o imenso prazer das conquistas, de evoluir, de crescer. Aí eu posso escolher. E eu quero assumir as rédeas do meu destino. Não posso passar a vida a lamentar-me. Eu tenho escolha. Portanto, escolho, sim. Escolho mudar. Escolho viver melhor. Escolho-me a mim.

8 comentários:

Estela disse...

E é essa a escolha correcta, pois então!!!
Mais uma vez...uma gaja esta um dia sem cá vir...e depois tem logo aqui bastante com que se entreter...mas ainda bem!

Compreendo e revejo-me um pouco nalgumas das situações que descreves nos teus últimos posts...e aquelas alturas em que parece que, por melhor que nos portemos, não há forma de baixar de peso...e depois vai haver outras em que, lá se vão cometendo umas asneiritas e a balança continua a sorrir-nos...

Já vi que tens bastantes conhecimentos em relação a hipoglicémias e indice glicémico dos alimentos... só gostaria de deixar uma questão...tu nestas situações de hipoglicémia corriges só com água com açucar? Deves saber que isso aumenta-te ainda mais a produção de insulina e que acaba por se tornar um ciclo vicioso...até ingerires hidratos de carbono, essencialmente dos compostos...

(espero não estar a meter-me onde não sou chamada...)
beijinhos e continua com esse ânimo!

Marisa disse...

Mete-te sempre que quiseres. ;)

Não. A água com açúcar é só o primeiro passo para repôr a glicémia rapidamente. E tem, que ser mesmo muito pouquinho de açúcar exactamente para não despoletar a insulina à bruta novamente. O ciclo vicioso conheci-o logo aos 17 anos. Estive 2 dias nas urgências e mais uma semana internada, exactamente por não saber dosear a quantidade de açúcar de cada vez. Foi uma bola de neve, ia morrendo por ignorância e porque o médico nunca me tinham explicado como é que funcionava a coisa. Quanto pior me sentia, mais açúcar tomava, tás a ver né?! ;)

O ideal mesmo é chupar um rebuçado para a glicose ser absorvida devagarinho, mas não tinha nenhum comigo. mais uma vez a desorganização e o excesso e confiança também. Há muito tempo que não me davam crises tão mázinhas.

A seguir, como qualquer coisa e junto sempre hidratos carbono complexos, como dizes. Só volto ao açúcar, se depois disso voltar a piorar e vou espaçando as doses.

Costuma resultar logo. Mas os últimos dias têm sido mais complicados. Acaba por passar. Passa sempre. ;)

Beijinhos

Flávia disse...

Oi Marisa,

Obrigada pelo teu comentário no meu post de sexta-feira. Resolvi relaxar e me dar o fim de semana de descanso. Não gostei do resultado e não pelo 1kg que engordei, mas por ter comido e ficado com cara de parva. Não relaxei, não fiquei satisfeita. O que me faz falta agora não é a comida. Nem que eu coma o supermercado inteiro vou me sentir plena, pois o problema aqui é outro.Mas isso é uma outra história. E prá piorar uma outra história na qual o meu peso tem influência...

Eu, como você, uma dia me abandonei. Não sei dizer exatamente quando e porquê mas foi exatamente isso.
Eu também fui uma magra "gorda".
Hoje vejo que minha estima está diretamente ligada ao meu corpo. Talvez por isso tenha me batido essa ansiedade louca de chegar a minha meta logo.

Realmente mudar não é fácil, mas as rédeas estão nas nossas mãos.
Obrigada pelas suas palavras.

Um beijo Grande,
Flávia

Anónimo disse...

Seu post fala por si próprio, adorei. Boa semana light! bj

Petits Mariages disse...

PRINCESINHA! AMEI O POST VIU! INTERATIVO HEHEHHE... OBRIGADA PELA VISITA VIU! TÔ PRECISANDO DE FORÇAS PRA SER MAIS PRESENTE NO MEU BLOG...
BJOS

Marisa disse...

Flávia, gostei muito de te ver aqui. Confesso que fiquei com aquela sensação do "eu e a minha grande boca"..tive receio que me pudesses interpretar mal. Ainda bem que isso não aconteceu. ;) Depois respondo-te melhor no teu cantinho.

Marisa disse...

Pedro e Nina, obrigada e beijinhos

Não liguem se não tiverem retorno nos vossos cantinhos. estou indisposta e com humor de cão. Já passei por lá, mas sem cabeça para comentar. ;)

Marisa disse...

Ah! mas vão ter, logo que me sinta mais disposta. ;)